Professores em extinção

Em três anos há menos 23 mil professores no quadro.

 

 

 

Dados do ministério revelam que de 2009/10 para 2010/11 desapareceram do quadro mais de 19 mil docentes

 

  O ensino não superior perdeu, em três anos, 23.030 professores que pertenciam ao quadro, segundo confirmam as últimas estatísticas da educação ontem divulgadas.

Só do ano lectivo de 2009/10 para 2010/11 desapareceram do quadro mais de 19 mil docentes. Desde 2008 tem sido notícia o número de reformas antecipadas dos professores do ensino não superior. Nesse ano, beneficiando de condições para a reforma antecipada mais favoráveis e, segundo os sindicatos, por recusa das políticas da ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues reformaram-se mais de cinco mil docentes do ensino básico e secundário.

Entre reformas por limite de idade e saídas antecipadas, os números da Caixa Geral de Aposentações dão conta de menos cerca de 6500 docentes no activo entre 2010 e 2011, um número que fica muito aquém do fosso revelado pelos dados ontem divulgados.

O ENSINO, SEMPRE O ENSINO...

Segundo um estudo realizado pelo Instituto Português de Psicologia Aplicada, são vários os milhares de professores que acusam neste momento graves sintomas de stress emocional. Dentre estes, encontram-se os efectivos, os mais habilitados, as mulheres e os que mais perto se encontram da reforma. Neste estudo que incidiu sobre docentes do primeiro ano de escolaridade até ao ensino secundário, verificou-se ainda uma acentuada exaustão nos que também têm a seu cargo turmas de ensino especial.

Para quem tantos anos leccionou e  bem compreende o que é o cansaço, a solidão, a falta de acompanhamento institucional e quantas vezes a não compreensão de encarregados de educação, aqui vai o meu louvor aos colegas que, apesar de tudo, continuam numa missão tão nobre.